ALTAR COLATERAL DIREITO
Entalhador: Bernardino de Sena Reis Almeida
Data da obra: 1862-1865
Bernardino deixou registrado no próprio altar a veneração pertinente e, consequentemente, o patrocinador de cada um, estando entre estes patrocinadores particulares, irmandades e confrarias. Os detalhes que identificam a veneração são encontrados no centro do florão de cada altar, nos altares colaterais estão colocados no centro da coroa, e nos laterais encontram-se no centro da decoração do arco.
Os altares colaterais são considerados altares de honra no espaço religioso, normalmente, conferidos à Sagrada Família ou a Joaquim e Santa Ana, dentro da tradição do século XIX. A condição de privilégio do altar colateral s deve à visibilidade que o mesmo tem perante todos os fieis, na nave central.
O altar colateral direito possuí o símbolo do Espírito Santo, um dos símbolos do mensageiro de Deus, e símbolo da Irmandade do Divino Espírito Santo. A irmandade foi fundada, justamente em 1864, pelo vigário José Joaquim de Souza e Oliveira, proibido de fazer parte da Irmandade do Santíssimo Sacramento.
Percebe-se a intenção de Bernardino de se aproximar ao estilo de Vitoriano, conferindo uma harmonia ao conjunto, ao elaborar um altar com colunas independentes e uma coroa vazada. Mas as volutas abertas e o acabamento da coroa identificam a mão do artista. Folhas de acantos decoram as volutas, a cúpula é vazada com pérolas intercaladas em: duas menores e uma mais larga. No entablamento o entalhador optou por usar apenas florões de flores, muito similares às usadas no intradorso do arco cruzeiro. A decoração da coroa é feita com festões pendurados, apenas na parte da frente. O altar é do tipo parietal, o fundo está encostado à parede, fato contrabalanceado pelas colunas independentes.
Quanto aos anjos que ornamentam a cúpula do altar é possível elaborar para este caso uma hipótese, Bernardino de fato deve ter decorado estes altares colaterais com uma coroa e um anjo, talvez, o anjo segurasse uma palma na mão, anjo pequeno como os colocados nos púlpitos. Mas os anjos podem ter-se deteriorado até 1879, quando foi necessário trocá-los pelos atuais, e mesmo os atuais encontram-se contaminados por insetos isópteros, os conhecidos cupins. Os atuais anjos foram produzidos por Raffaello de Rosa, de 1879 a 1883.
O frontal do altar possui elementos que variam entre folhas, rocalhas e acantos. Os andares são fechados, com uma forma hexagonal, as colunas possuem decoração apenas no terço inferior, sendo a decoração de frutas, as mesmas encontradas na cúpula dos púlpitos.
Este altar, desde 1909, é ocupado pela imagem de Nossa Senhora do Rosário (de gesso), anteriormente era usado e foi construído para receber a imagem do Sagrado Coração de Jesus (imagem desaparecida), venerado pela Irmandade do Divino Espírito Santo.
(FONTE: BARRANTES, Paula Elizabeth de Maria, 2015)