CAPELA DOS PASSOS HOJE, CAPELA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO ATÉ 1913
Entalhador: Bernardino de Sena Reis Almeida
Data da obra: 1862-1865
Pupo afirmou que Vitoriano havia deixado pronto as colunas para uma das capelas, por meio da comparação é possível atribuir-se as colunas da Capela do Santíssimo Sacramento (ocupada hoje pela imagem do Senhor dos Passos) à Vitoriano. Estas colunas apresentam apenas decoração de flores no terço inferior e pérolas no terço superior. Porém, o frontal, o nicho e a coroa foram feitos por Bernardino. As guirlandas trazem uvas penduradas e o florão no centro da cúpula está arrematado por rosas. Dois querubins, um de cada lado do entablamento, arrematam a frente. As colunas são independentes nas laterais, sendo apenas atrás, parietais. Possui apenas um andar no trono, sobre a mesa e o frontal. O entablamento é rico em dentículos, óvalos e pérolas. A coroa é vazada e composta de um anel e a cúpula. O altar é de madeira envernizada, anteriormente apenas encerada, com cera natural branca.
No alto do arco que arremata o espaço da capela, o entalhador impôs o símbolo do Santíssimo Sacramento, entalhado no florão. A capela foi paga pela Irmandade do Santíssimo Sacramento da Catedral, em 1865, e alojava o símbolo do Santíssimo no nicho. Talvez elaborando uma organização interna do espaço destinado à Irmandade, em 1913, Dom Nery promoveu uma troca de altares. O trono da Capela da direita (anteriormente dos Passos) passa para esta capela da esquerda. O trono antes ocupado pelo Santíssimo é transferido para a capela direita. Não parece haver outra explicação para a troca de tronos e de imagens, exceto por uma organização da Irmandade. Na lateral desta capela seria colocado o Calvário de Cristo (da Irmandade) e aberta a nova Capela do Santíssimo Sacramento da Catedral. As mudanças transformaram quase toda a lateral esquerda do templo em espaço da Irmandade do Santíssimo Sacramento, a decisão não é desprovida de fundamento, uma vez que foi esta Irmandade a maior patrocinadora da parte construtiva desta lateral do templo, quando ainda uma causa de taipa.
(FONTE: BARRANTES, Paula Elizabeth de Maria, 2015)