Nasceu em Santaluz, Bahia, no dia 14 de fevereiro de 1927, filho de Salustino Lopes de Souza e Alice Pereira de Souza. Em 1937, com o objetivo de melhor cuidar da educação dos filhos, o Sr. Salustino se mudou com a família (a esposa, três meninos e três meninas) para Petrolina, PE. Vivem, ainda hoje, as três irmãs e um irmão de Dom Gilberto. Freqüentou o Seminário Menor em Petrolina. Cursou Filosofia e Teologia em Olinda, tendo como reitor o Padre Luiz do Amaral Mousinho, futuro Bispo e primeiro Arcebispo de Ribeirão Preto. Foi ordenado presbítero, na Catedral de Petrolina, no dia 04 de dezembro de 1949, por Dom Avelar Brandão Vilela, então Bispo de Petrolina, depois Cardeal Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil. Em 1955, atendendo a um convite de seu amigo e antigo Reitor, Dom Luiz Mousinho, transferiu-se para Ribeirão Preto, onde foi Vigário Cooperador da Catedral, Reitor do Seminário “Maria Imaculada” e Cura da Catedral. Incardinado na Arquidiocese de Ribeirão Preto em 1958, foi constituído Cônego Teologal do Cabido Metropolitano. Em 1961 e 1962 cursou Pedagogia no Instituto Católico de Paris, apresentando o trabalho para licenciatura “Adolescência e Seminário Menor”. No dia 03 de novembro de 1966 foi nomeado 1º Bispo da Diocese de Ipameri, GO, tendo recebido a Ordenação Episcopal a 18 de dezembro de 1966, das mãos do então Núncio Apostólico do Brasil, Dom Sebastião Baggio. Foram co-sagrantes Dom Fernando Gomes e Dom David Picão. Seu lema Mysterium Christi Praedicare – Anunciar o Mistério de Cristo. Tomou posse da Diocese em 02 de fevereiro de 1967. Em 1970 foi nomeado para o Conselho Nacional do Movimento de Educação de Base – MEB, da CNBB. Em 1974 assumiu a Coordenação da Linha VI – Pastoral Social da CNBB. Ainda em 1974, na Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB, foi eleito Secretário Geral do Regional Centro-Oeste da CNBB. Em 1975 foi eleito membro da Comissão Episcopal da Ação Social da CNBB e, no mesmo ano, membro da Comissão Episcopal de Ação Social do CELAM. O ano de 1976 surgiu, na Arquidiocese de Campinas, com um novo vigor. Dom Gilberto Pereira Lopes foi nomeado pelo Papa Paulo VI, no dia 24 de dezembro de 1975, como Arcebispo Coadjutor, com direito à sucessão de Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, tomando posse no dia 07 de março de 1976, em uma solene celebração na Catedral Metropolitana. O lema da Campanha da Fraternidade de 1976 era “Caminhar Juntos”. E Dom Gilberto veio para Campinas exatamente com este espírito, assumindo, com o Arcebispo, o clero e todo o povo, as prioridades pastorais definidas em Assembléia, que eram: Comunidades Eclesiais de Base, Pastoral Familiar, Pastoral da Juventude e Formação de Agentes. Meses após sua posse, Dom Gilberto começou a receber em sua casa, que ficava na Rua Emílio Ribas, 1082, no Cambuí, os Padres da Arquidiocese, com a finalidade de prepararem juntos as homilias dos finais de semana. Era uma oportunidade, também, de um encontro informal de aprendizado e crescimento dos padres entre si e com o Bispo, testemunhando a unidade do pastoreio. Dom Gilberto revelou-se um auxiliar zeloso e eficiente de Dom Antonio, acompanhando de perto todas as reuniões da Cúria e dos Conselhos de Presbíteros, de Pastoral e de Administração. Foi sua preocupação conhecer as Paróquias e Comunidades da Arquidiocese, razão pela qual realizou inúmeras visitas Pastorais. Em julho de 1977, Dom Gilberto, em companhia do Padre Francisco de Paula Cabral Vasconcellos, visitou a Diocese Irmã de Macapá, para participar da Assembléia Diocesana e do Curso para Dirigentes de Comunidades sobre Diversificação dos Ministérios. Fruto de um trabalho intenso de Dom Antônio e de Dom Gilberto, no dia 25 de agosto de 1977, foi constituída em Campinas a Comissão Arquidiocesana de Justiça e Paz, buscando construir um ordem social fundada na Verdade, construída na Justiça e animada pelo Amor. Essa Comissão teve papel imprescindível durante o Regime Militar, quando a ditadura cerceava a liberdade do nosso povo. Na Assembléia Extraordinária dos Bispos do Brasil, em abril de 1978, Dom Gilberto, juntamente com Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Luciano Mendes de Almeida, foi eleito Delegado do Brasil para a 3ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Puebla, no México. Com a renúncia de Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, no dia 26 de janeiro de 1980, a Sagrada Congregação dos Bispos enviou a Dom Gilberto, através da Nunciatura, Decreto da Administração Apostólica, com assinaturas do Prefeito da Congregação, Dom Sebastião Baggio e do Secretário, Dom Lucas Moreira Neves, onde o Papa João Paulo II nomeava e constituía Dom Gilberto Arcebispo Titular de Aurusuliana e Administrador Apostólico “Sede Plena” da Arquidiocese de Campinas. Sua posse canônica se deu na Catedral Metropolitana, no dia 07 de março de 1980, dia que se comemorava três anos de sua posse como Coadjutor na Arquidiocese. No dia 10 de fevereiro de 1982 foi promovido a Arcebispo de Campinas, recebendo o Pálio, por procurador, no Consistório em 24 de maio do mesmo ano, realizado no Vaticano. Na sua palavra de posse, Dom Gilberto já fazia alusão ao que seria um sério problema a ser enfrentado: a administração da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. E ele não se furtou ao desafio. Nomeou novo Vice-Presidente, na pessoa do Dr. Darcy Paes de Pádua, novo Secretário, Monsenhor Euclides Senna e novo leigo representante da Comunidade, Osmar Gonçalves, além de novos representantes da Mantenedora e no CONCEP. As escolhas foram questionadas por parte da comunidade acadêmica e por setores da imprensa. Dom Gilberto, porém, recebeu apoio de todos os órgãos da Arquidiocese, sentindo que seu desejo de governar colegiadamente começava a tornar-se realidade. No dia 09 de junho de 1980, Dom Gilberto nomeou o Dr. Heitor Regina como Magnífico Reitor, em razão das dificuldades surgidas para escolha dos novos reitores a partir das listas sêxtuplas eleitas pelo CONSUN. Estava entrando em vigor, então, o 3º Plano de Pastoral Orgânica, elaborado a partir de uma Assembléia Geral da Arquidiocese realizada em 22 de setembro de 1979, na Escola Salesiana São José. Nesta Assembléia foram definidas as seguintes opções as prioridades para a caminhada pastoral da Arquidiocese: Comunidades Eclesiais de Base; Mundo do Trabalho; Educação para a Justiça e Socialização dos Bens da Igreja; Apoio aos Movimentos Populares. Em 1981, na Assembléia do Regional Sul 1, Dom Gilberto foi escolhido para ser o representante do Regional na CNBB. Recebeu, ainda, nomeação do Papa João Paulo II como Membro da Congregação para Educação Católica (Seminários e Institutos de Estudos), através de carta da Secretaria de Estado do Vaticano datada em 05 de abril de 1989, pelo período de cinco anos. De 18 a 25 de abril de 1989, Dom Gilberto foi representante do Brasil no 3º Congresso Internacional sobre Universidade Católica, realizado em Roma, com 175 representantes de todo o mundo. A preocupação e zelo que sempre teve com seus irmãos no sacerdócio fez com que Dom Gilberto criasse a Sociedade Beneficente João Paulo II, com finalidade de gerir a “Casa do Padre”, construída para acolher sacerdotes da Arquidiocese já aposentados e idosos, como também padres necessitados de moradia permanente ou temporária. Dom Gilberto é o Presidente desta Sociedade. A Casa do Padre foi inaugurada oficialmente em 04 de outubro de 1991. Pastoralmente, um dos momentos marcantes do pastoreio de Dom Gilberto aconteceria a partir de 09 de outubro de 1988 quando, em Assembléia Geral, a Igreja Arquidiocesana de Campinas assumiu a realização de uma Revisão Ampla de toda a sua ação pastoral. A Abertura Oficial da Revisão Ampla se deu no dia 23 de março de 1989, na Catedral Metropolitana, na celebração da Quinta-feira Santa, onde Dom Gilberto apresentou a “Carta Pastoral por Ocasião da Abertura Oficial da RA”. Foi um processo de três anos com participação intensa de toda Igreja de Campinas, que resultou no Documento “Uma Igreja respondendo aos Novos Desafios”, um guia para a ação pastoral da Arquidiocese. A Revisão Ampla apontou os caminhos para elaboração do 4º e 5º Planos de Pastoral e foi instrumento da ação pastoral da Arquidiocese ao longo desses anos. Dom Gilberto teve sempre o perfil de um administrador que trabalha de forma colegiada. Logo após o encerramento da Revisão Ampla, a primeira medida foi a criação da Coordenação Colegiada de Pastoral, com representação de todos os segmentos da Igreja de Campinas. A CCP substituiu o Conselho Arquidiocesano de Pastoral – CAP, assumindo papel de governo junto com o Arcebispo. Junto com os Vigários Episcopais, reestruturou e deu novo ânimo aos Conselhos Episcopal, de Presbíteros, Administrativo e de Leigos, que também auxiliam Dom Gilberto no governo da Arquidiocese. Atento à vontade do povo, restabeleceu a Festa da Padroeira da Arquidiocese de Campinas, Imaculada Conceição, no dia 08 de dezembro, com Missa Solene. Esta data tem sido escolhida para as grandes festas da Igreja de Campinas. O ano de 1993 foi um momento rico da Igreja de Campinas. Totalmente dedicado à Missão, com uma grande Jornada Missionária, culminou numa grande festa de encerramento no dia 21 de novembro, em Sumaré. Na mesma linha, porém com maior intensidade, aconteceu em 1997 o Ano Missionário, quando o povo católico foi para as ruas, em um grande mutirão de evangelização, para anunciar Jesus Cristo e ser presença amiga e acolhedora junto à população da Arquidiocese. Estão em pleno funcionamento os Pólos Missionários da Catedral e da Rodoviária. É a presença de religiosos e leigos no atendimento às carências da população, como conselhos, encaminhamentos, etc. Além disso, Dom Gilberto dá total apoio à Casa de São Francisco e de Santa Clara, sob a administração da Cáritas Arquidiocesana. O objetivo dessas Casas é o de acolher, encaminhar e ser um centro de cultura para os moradores de rua que, em Campinas, cresce a cada dia. Também colocou a Casa de Sant’Ana a serviço das Pastorais Sociais da Arquidiocese para que desenvolvam trabalhos educativos e promocionais para a população carente da Arquidiocese. Dom Gilberto criou, em 1993, a Assessoria de Comunicação, uma equipe para assessorá-lo junto aos Meios de Comunicação, na reformulação do boletim “A Tribuna” e no auxílio a toda a Arquidiocese no que diz respeito à Comunicação. Está sendo constituída, no momento, a Equipe Arquidiocesana da Pastoral da Comunicação, que muito auxiliará as Paróquias nesse sentido. Durante alguns anos Dom Gilberto dirigiu sua Palavra de Pastor aos seus diocesanos através da Rádio Cultura e desde 1993 mantém uma coluna semanal no jornal “Diário do Povo”. Todas as mensagens e artigos serão publicados em livro por ocasião dos seus 50 anos de Sacerdócio. Preocupado e atento às vocações sacerdotais, criou a Comissão de Seminários. Ao mesmo tempo, estabeleceu a separação dos estudantes de Filosofia e Teologia. Para o Seminário de Filosofia, construiu um prédio no Jardim Santa Genebra e para o Seminário de Teologia, aceitou uma casa cedida pela Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Nova. Em 1998, terminou a construção de um moderno prédio para o Seminário de Teologia no Parque São Quirino, que foi inaugurado pelo Núncio Apostólico do Brasil, Dom Álfio Rapisarda. Campinas sempre foi destaque e modelo no cenário nacional. Por isso, e também pela seriedade com que Dom Gilberto administra esta Arquidiocese, a cidade foi escolhida na Assembléia da CNBB de 1998 para sediar o 14º Congresso Eucarístico Nacional. O Congresso, realizado de 14 a 21 de julho de 2001, foi um marco para a Igreja e para a cidade de Campinas, reunindo mais de 250 mil pessoas na Celebração de encerramento, dando testemunho público da fé em Jesus presente e vivo na Eucaristia. Ao completar 75 anos de idade, enviou sua carta de renúncia ao Papa João Paulo II, que aceitou o pedido em 02 de junho de 2004, nomeando Dom Bruno Gamberini como Arcebispo Metropolitano de Campinas. Dom Bruno, no dia de sua posse em 1º de agosto de 2004, conferiu a Dom Gilberto as Faculdades de Vigário Geral da Arquidiocese de Campinas. Hoje, Dom Gilberto é Arcebispo Emérito de Campinas, dando atendimento na Cúria Metropolitana às quintas-feiras, das 14h30 às 17h00. Seu trabalho frente à Arquidiocese de Campinas é histórico. O agradecimento pela sua dedicação e amor para com seu povo só poderá ser retribuído por Deus Pai, pois toda palavra ou ato de carinho e amizade seriam insuficientes para demonstrar o sentimento do povo arquidiocesano por este grande exemplo de vida cristã que é Dom Gilberto. Deus lhe pague!